sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

caso encerrado

Caso encerrado:
Fechei a porta.
Se já foi
É passado.
Deixei pra trás
O que fica empacado.

Das formas de amor
Que podem surgir
Aceito apenas
As que querem seguir.

Não faço promessas
Evito cansaço
Insistência
Descaso.

Amanhã recomeço
Vida que estava
Quase em recesso.



quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

frango com manteiga e alho

Duas horas dedicadas
A temperar com carinho
Comida com afeto
Pra mim
E pro neguinho.

Coisa da vida:
Às vezes surge
Visita imprevista.

Sentada na cozinha
Alegro-me sim
De comer o frango
sozinha.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

mutante

Parece que sou
Uma espécie de mutante
Cada dia um novo conto
Exposto na estante.

Muda a luz
Ou o cenário
Lanço novo monólogo
Pro circo imaginário.

tempestade

Pensando em FG
Pergunto-me então
Se na tempestade
É a única forma de viver.

Sonho com a calmaria
O silêncio: maresia.

Parece que temo
O costume à calmaria
Nada mudando
Dia após dia.

Receio que o silêncio
Entorpeça meu ouvido
E que quando houver música
Não reconheça o ruído.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

masoquistas

Impressionante o ser humano. Acho que é o único ser vivo que não aprende com a dor. E ainda se acha o único ser racional...Basta um mínimo de observação pra ver que qualquer cachorro de rua é mais inteligente que o homem: se levar um choque numa cerca elétrica, nunca mais irá se aproximar dela! Da mesma forma quando são adestrados; conseguem aprender qual o comportamento “correto” por meio de compensações e agrados. Mas nós, de modo geral, repetimos erros, refazemos caminhos difíceis e, definitivamente, não aprendemos com a dor. Somos masoquistas. As justificativas pra isso buscamos em alguma forma fingida de racionalidade. Tentamos explicar o patético com teorias mirabolantes. Dizemos pra nós mesmo que o sofrimento ensina a viver. Será mesmo?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

como uma luva

MINHA COERÊNCIA É A CONTRADIÇÃO.
Fabrício Carpinejar

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

pá de cal

Não consigo achar resposta
Mundo que não pára de dar voltas
Passado revirando o presente
Atordoa coração ausente.

Obra inacabada
Levanta poeira:
Sempre fica
Um pouco de sujeira.

Até que chega a hora:
Precisa ser terminada.
Pra que novas bagunças
Sejam iniciadas.

sábado, 17 de janeiro de 2009

treinar ouvir

Cansa o ouvido
Que espera escutar
Mais do que sons
Deseja estourar.

Esquece, no entanto,
Que muitos estouros
São raros e santos.

Devia buscar
Invariável ruído
Das ingênuas horas
E a ele atender
Sem alarido.

viagem

É tempo de parar
Brecar pensamentos
descansar idéias
Buscando lá fora
Novo fermento.

Revendo histórias
Buscando origens
Na santa terra
De minhas raízes.

Em meio ao conflito
O entorno parece
Um tanto tranqüilo.

Novos amigos
Futuras risadas:
Toda viagem
É sempre virada.