terça-feira, 25 de dezembro de 2012

todo amor é eterno


Uma vez amei

Certa do mais

E do sempre.

 

Passa tempo

Passa tudo

 

Amei outra vez

Mais sempre

Mais tudo.

 

Passa vontade

Fica o luto.

 

Espero o terceiro

Revendo o passado:

Todo amor

tá registrado.

sábado, 22 de dezembro de 2012

 

(dizes que)
Falta-me à alma

Inspiração.

 

Faltou sono

Vontade

Consolo

Paixão.

 

Poemas inteiros

Versar sentimento

Loucura

Tensão.

 

Marasmo na alma

Medo de chão.

 

Palavras cheias

Vazias cadeiras.

 

Saudade que rasga

Vontade que inunda

Arromba barreira.

 

O último abraço

Garante certeza:

Só cabe um cheiro

Na minha gaveta.

 

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012


Dor, crime imperfeito:

Não disfarça pistas.

 

Evidências grosseiras

Se deixam adivinhar

Por qualquer pai de santo

Em mesa de bar.

 

Botão não desliga

Música repete

Castiga.

 

Não escoa

Paralisa.

 

Ao final

Entrega:
 

Confessa.
Esquece pudor

Orgulho
Promessa.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

anima(l) amor

peixinho roda roda
erra o caminho
demora.

leãozinho ruge ruge
se coloca
provoca.

na fábula dos animais
divergências
diversão.









sábado, 3 de novembro de 2012

brinde (le chaim!)


À vida

Que insiste em vencer,

Eu faço meu brinde.

 

Aos amigos antigos

E outros nem tanto

Que sabem ler meu sorriso

Olhar meu pranto.

 

Aos amigos irmãos

De sangue

Ou de coração.

 

Àqueles que me sabem

E eu sei quem são.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

enterro


Nova dor

Novo poema:

Hoje me peguei sem par

Falta de abraço

Mãos dadas.

 

Desfez-se o laço.

 

Enterrei a inimiga

Esperança maldita

Que anota o pedido

De prato esgotado.

 

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012


Impossível não soar piegas ao falar de amor.
 
Mas já dizia uma grande amiga que “o amor é cafona”.
 
Então vamos lá: falar da única cafonice inescapável!
 
É fato que o amor é tudo isso que andam dizendo por aí. E muito mais.
 
Amar está muito além das palavras e da compreensão.
 
O amor nos tira do prumo, muda a posição das velas: ele é o vento que determina a direção.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

crise

Medo da crise

Do branco cabelo

Da ruga na testa

Medo de perder

Alguma música na festa.

Brigo com o tempo

Com a raiva e com a pressa.

Aprendo a demora

A distância

E a fresta.

domingo, 27 de maio de 2012

resgate

preciso de mim
fiquei com saudade.

deixei-me de lado
ocupada que estive
no mundo aquático.

esqueci do meu centro
contato da terra
núcleo perfeito
porta e janela.

gastei minhas fichas
exauri minhas rédeas
perdi o contato
nadando sozinha
remando sem braços.



quinta-feira, 17 de maio de 2012

sem título

despedida da raiva
mágoa se instala
impede a saliva:
bactérias em vida.

não tem água que chegue
pra lavar a ferida.

um balde de lágrimas
aposta perdida.

cansada demais
pra outra partida.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

sem razão

maturidade tardia
pausa de crescimento:

prematura
a separação.


quem ama de verdade
não consegue abrir mão.


se a cola do amor não une
descompreendo a razão.

domingo, 13 de maio de 2012

sem tinta

rejeito a tinta:
marca da dor
dia a dia
assinando
registrando o que foi

não posso.


guardo pra depois.
algum dia terei esquecido.


passado o passado
a marca do tiro
que deixou meu coração
e alma rompidos.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

finaleira

mario prata me cantou

(de mãos lavadas)

um clássico.


coral da bolsa

pulou pra bochecha:

corei.


terça-feira, 20 de março de 2012

é hoje

aceito o presente
escolha da vida
porque da minha
não sei.

quero como outrora um baiano
esvaziar minha mente
fazer dela um cano.

deixar que como água saiam
idéias, tempos
medos, presságios
aceito hoje.

o resto
talvez virá.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

rumo mudado
ando na contramão.

enquanto espero um verso
já não brigo comigo:
converso.

no meu ouvido
só música.

barulho deixo lá fora
com a chuva de sexta-feira
que leva preguiça e calor embora.

sim, estou te esperando.

domingo chegará sem pressa:
até lá sou dos livros
fiéis amigos de conversa.

loucura existe
disso estou certa.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

transbordo

Há dias que canso
De guardar comigo
Tanta surpresa.

Carinho inicia meu dia
E se prolonga.

Final de tarde tem festa
Te espio de longe
Encontro uma fresta.

Quando chega a noite
Teu perfume no corredor
É um aviso.

Desmaio contigo
Se puder, não acordo.

Mais um dia
Não seguro sozinha:
Transbordo.