quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

outra vez, dezembro

essa coisa de dezembro
que se repete todo ano:
é muita conta
confusão
(re) solução
balanço
tempo insano.

é tudo pra ontem:
pendências
enganos.

corre, corre
vai baixar o pano.

pensar 
repassar
aprender
errar.

em 2014
eu quero é paz.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

dezembro, de novo

bom mesmo
é acender a luz
revelar o filme 
sair do quarto escuro.

cansei de barulho
de esmurrar em porta fechada
de ouvido surdo.

silencio
acendo minhas velas
perfumo a casa.

coloco cores
no canto da sala.

cuido de mim
preservo o espaço
onde habito
e me refaço.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

É na cozinha
No escuro
Sozinha
Que penso.

Requento meu dia
A semana
Cozinho temores
Penso na tia.

Fervo saudades
Esquento alegrias.

Acendo o fogo
Do insano
Do choque
Do humano.

Hidrato as sementes
Do próximo ano.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

preguiça

tomada de preguiça e encanto
descanso
largo meu corpo e sonhos
no sofá
ou no vento.

pequenos momentos de sol
me vestem de alento
de calma
e contentamento.

descanso
da vida e dos dias
que me levaram em pranto
que me devastaram a alma
o sono e o canto.

deixo então
que a preguiça me domine.

durante o dia
pra que à noite
o azul dos teus olhos
me engula
e emocione.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

mais um

todos os rumos
são hoje outros
felicidade rende poema
memórias da semana 
dias inteiros
passados na paz
na calma
de quem 
me quer:
nada mais.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

trilha sonora

sim, eu devia estudar mais
pensar menos
(falar também).

mas uma música me prende

volta
me acorda
não pára
não suspende.

trilha sonora dos dias

do amor da gente.

som do começo

do arriscar o passo
outra vez
por outro caminho
mais calmo
mais amigo.

batida da coragem

ruído de olhar pra frente
de correr o risco
depois dos tropeços.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

nós e lacinhos

já é tarde demais
vou seguir em frente
largando os pedaços
na água
e no caminho.

desfazendo vínculos:
antes nós
hoje lacinhos.

amarrando um
em música
e carinho.

soldando outros
com sangue
e bolinhos.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

flores e frutas

o sol brilha
mesmo cansado
tímido
afastado.

é frio 
que não acaba mais
dias compridos
quase irreais.

a cabeça se distrai
o corpo
me trai.

o coração se revira
se contrai
e se esvai.

a alma 
nublada
vê novas cores
panoramas
rastros de flores.

tempestade
sempre passa
termina
encerra o ciclo
muda a fase.




sexta-feira, 9 de agosto de 2013

renascendo...

vou encher minha casa de plantas
semear a vida
em todos os cantos.

vou encher minha casa de amigos
alegrias honestas
que adoçam o dia.

vou brincar de cupido
regar de esperança
os olhos e 
ouvidos.

meu lado mulher
se revela ali
na crença insensata
no melhor da vida:
no amor que renasce
sobre todas as cinzas.



quinta-feira, 8 de agosto de 2013

cura II

quando o corpo trava
é hora de soltar
palavras trancadas
perdidas
sem par.

é preciso mudar
talvez a conduta
a casa
perfume
peruca.

um passo adiante
da paralisia
que já consumiu
dias e dias.

enxergar a verdade
a certa
e a inventada.

liberar a passada
mirar no futuro
que chega
concreto
e puro.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

tem cura?

o que fazer
numa noite triste e sem chuva
pra me livrar de um amor
que só existe na curva?

nas linhas tortas do meu sentir
fico sem rumo
fecho as janelas
recolho os escudos.

não há compreensão
nesse sentir tão confuso.

raiva de mim.

me repreendo:
pela repetição.

pela falta de paz
pelo vácuo que fica
no meu coração.

peço à vida
que leve embora
que varra pra sempre
essa dor de paixão.



sábado, 3 de agosto de 2013

sabina, escuto sozinha

tenho ganas
de mandar
encantos do meu dia.

dividir com alguém
pequenas alegrias.

mas guardo pra mim
me entrego
deixo aqui
no conforto que me dou.

percebo pouco a pouco
o que fica 
e o que já foi.

sabina, escuto sozinha
e aprisiono em mim
o desejo
e um arrepio.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

espaço de tempo

há em mim
espaço pra tudo:
paixão sem amor
amor mais profundo.

é só uma a porta
pro melhor do meu mundo.

uma única pele
invade o escudo
alaga minha cama
me derruba no escuro.

apenas um cheiro
eu guardo comigo
carrego no dia
pingo a pingo.

esqueço do espelho
gravo as imagens
no corpo
e cabelo.

parada no tempo
borro o passado
em lágrima e beijos.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

amor escondido

já não me deixo levar
por desejos baratos
desajuste de par.

hoje me guardo
preservo vontades
me poupo de pouco
evito os covardes.

encontro ruim
é pior que nenhum.

mas se tu vens
me acalmo
me abro
me espalho.

recebo teus braços
teu corpo
teus passos.

lentos e certos
me aninham
me amassam.

deixo pra ti
todos gemidos
sinceros
constantes.

frutos colhidos
de um amor assim
meio escondido.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

testando efeitos

o tempo é uma nuvem
um ano passa
igual chuva.

o tempo é uma luva

veste meus dedos
acomoda a mão nua.

o tempo me revela

se apresenta
compõe novas falas
me atormenta.

traz de volta venenos

que provo de novo
testando efeitos.

o tempo é cenário

de histórias refeitas
dos mesmos dilemas.








quarta-feira, 10 de julho de 2013

cortina rasgada

toda vez que digo
"nunca mais"
dou um jeito
e volto atrás.


elástico umbigo
não me desprendo
guardo comigo.

falha memória
borra rabiscos
pedaços de história.

entupido coração
não descarta nada
que tenha deixado
paixão
encanto
cortina rasgada.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

amor memória

tanta coisa ainda teria a contar
tanta novidade
e brilho pra mostrar.

haveria ainda 
muitas taças
pra beber
e pra virar.

o melhor dos vinhos
poderia nos guardar.

mas nesse dia confuso
me calo
me escuto.

o amor te deixou
mudou de casa
se virou.

deu-me as costas
foi embora
se deitou.

transformou-se
amor 
virou memória.

e eu
ainda estou.




passageiro - vitor ramil

Passos sem direção,
Eu ando só, na madrugada,
Preciso te encontrar, oh meu amor,
Eu sou teu passageiro, perdido, marginal.

A vida me esqueceu,
Atrás de alguém que não me escuta,
Preciso te falar, oh meu amor,
Eu sou teu passageiro, noturno, marginal.

Não há caminhos que eu deva seguir,
Não tenho certeza se vou te encontrar,
Grito teu nome,
Que o eco me devolve em nomes sem sentido.

Não há sinais que eu deva seguir,
Não tenho uma pista sequer pra te achar,
Um junkie cansado, 
O tempo me consome em ondas de desejo. 

Passos de ilusão,
Eu danço só, na madrugada,
Preciso te abraçar, oh meu amor,
Eu sou teu passageiro, carente, marginal,

Não há caminhos que eu deva seguir,
Não tenho certeza se vou te encontrar,
Grito teu nome,
Que o eco me devolve em nomes sem sentido,

Não há sinais que eu deva seguir,
Não tenho uma pista sequer pra te achar,
Um junkie cansado, 
O tempo me consome em ondas de desejo.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

fim do dia

em tempos de mudança
ando insone.

vou até o fim
o dia me consome.

largo a última gota
pouco antes de ir pra cama.

onde o calor me espera
e alguém me come.

entrego tudo
esqueço meu nome.

só assim eu durmo
ainda com fome.

terça-feira, 25 de junho de 2013

semente no vento

até meu olho
muda de cor.

busco apressada
caneta, lápis
tinta borrada.

se perco uma idéia
perco a risada.

registro a data
anotas as linhas 
(vividas)
puladas.

todo bimestre
visito o passado.

vejo lá atrás
formar-se o momento
colheita incerta:
semente no vento.

domingo, 23 de junho de 2013

alma em trapo

tiro a cada dia
um pedaço de casca.

ilusão de escudo
faço o que posso:
faço tudo.

já há muito não quero
proteção
paciência fraca
preconceitos
marcas de faca.

quero doçura
saindo de mim
complacência 
entrega
calor sem fim.

me apronto
cuido de mim
me trato
analiso
retalho.

refaço
novas costuras
de uma alma em trapo.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

despudorada

nesses dias de cansaço
só peço da vida
menos chuva
mais abraço.

um pouco de calor
de cor
de contato.

perdida de mim
já nem sei quem sou.

um corpo em movimento
no dia que passou.

sou sem pudor
espalho vontades
digo desejos
anuncio saudades.

revelo passagens
bendigo coragens.

de cada um 
tiro vantagem.


sábado, 15 de junho de 2013

sem sangue

já entreguei o que tinha
alma e sangue
amor de rainha.

exausta 
vazia
varri todo o sangue
(assim me disseram)
morta a galinha.

é pra cá que venho
lavar as feridas
lamber as angústias
beber despedida.

nada há hoje
que eu possa dar.

mas peço 
(já com vergonha)
casulo
e calma.

de dia ironia
à noite
tristeza
mel no colo
poesia.



quinta-feira, 13 de junho de 2013

junho fechado

dias de canção
batida
repetida
mastigada

mau humor me consome

me bate na cara

reclamo

resmungo
remôo

noite úmida

corpo amarrado
música e fumaça
me salvam.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

mais de mim

tanto mudo
me refaço
rabisco
me rasgo
rebusco.

permaneço o que sou
pequenos ajustes
reparos
resumos.

me acostumo comigo:
paraliso.

filtro um a um
espio
quem são meus amigos.

revisito pedaços
salto no espaço.

me olho
me amasso.

cada dia que passa
mais um passo.

hoje,
namoro comigo
me abraço.


terça-feira, 11 de junho de 2013

vida curva

se a vida não é linear
me pergunto porque temos pernas
e não rodas prá andar.

digo ao amigo
que abra a cabeça
não dê chance às merdas
que acompanham os quarenta.

ninguém escapa
derrapadas
deslizes
tombos
pauladas.

mas a vida é curva
e gira.


quarta-feira, 5 de junho de 2013

viciada

cada um com seu vício:
rivotril
ritalina
álcool
ou lítio.

o meu é outro:
troca de fluidos
presença de corpo.

contato denso
respiração ofegante
beijos intensos.

pele e som
mistura de músculos
em todos os tons.

pressão certeira
viro explosão.

no fim sou só calma
cheiro
redenção.






terça-feira, 4 de junho de 2013

minha terra me espera

meia dúzia 
de romances escritos
inspiram o dia
atraem meus gritos

gemidos no escuro
em meio às cobertas
por entre minhas coxas
sussurros e frestas

recebo propostas
indecentes
ausentes
indecorosas

noites de frio
virtualmente aquecidas
com promessas safadas
de beijo
e bebida

minha terra me espera
é lá que vou
fazer minha festa

segunda-feira, 3 de junho de 2013

na cama

O lençol é novo
Minha pele,
A mesma.
 

Minha cama
Prefiro sozinha
Mas aceito visitas
De noite
De dia.
 

Gosto mesmo
Ao meio-dia
Quando sou mormaço
E barriga vazia.

Quando do corpo do moço
Faço um banquete
Melhor dos almoços.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

confissão

Primeira confissão:
Outros poemas
permito te(n)são.

Desejo
Vontade.

Paixão
Vaidade.

Imagino
Como será
Confessar o que quero
O que faz me molhar.

Atitude é o gatilho
O que me faz disparar.

Palavras:
bem poucas.

Uma que outra
Enquanto me arrancam a roupa.

Arrepio no botão
Da calça e da alma.

Desliza a mão
Sente na palma
Vibra e lateja.

Desmancho
Por baixo da saia.

Deixo livre o caminho
Facilito que a língua
Encontre o riacho
Escorre nas pernas
Por cima
Por baixo.



domingo, 26 de maio de 2013

grudado em uma agenda
te encontrei em foto
pequeno registro
de amor tão vasto.

junto uma lista

perguntas
respostas.

e lá no fim 

tua aposta:
sonharas comigo
e dizias guardar-me
em tuas memórias.

me levarias contigo

por dentro
e por fora.

ponto teu

que viu o futuro
bem antes que eu.


na janela, vizinha

bem sei que não podias me supor densa
assim como ainda não sabes
(saberás em instantes)
que eu ainda menina
te admirava da janela
naquela casinha de esquina.

era eu tua vizinha
morava na frente
da casa onde um dia
se vendiam revistas.

espiava curiosa
um grupo de estudos
frequentado por mestres
da academia e da vida.

sonhava contigo
antes
bem antes
de ir a casa de bruno
onde menos menina
(mas ainda perdida)
te ouvia fumar
e andar bem acima.

pouco entendia
me deixava voar
nos hormônios da idade
nas curvas vadias.



quarta-feira, 15 de maio de 2013

em festa

tirei de mim toda rusga
raiva
tristeza 
mistura.

apago as velinhas
das festas da vida
de todos os dias.

crianças novas chegando
rindo
brincando.

hoje 
de mim
só sai amor.

meio

ando hoje
no meio
metade
um e outro
lado da vida
(da) calma que vem
tempo
idade
de longe me vejo
sem pressa
sem fase
aprendi o bocejo
o ouvido
a saudade
sozinha
comigo
em casa
tem sempre um amigo
retiro raízes
deixo saudável
a planta crescer
antes da poesia
releio letras
corto as erradas
tudo certinho
uma
outra
transgressão no caminho

domingo, 5 de maio de 2013

música

música música
sou eu quem te escuta.

tu és o melhor
na vida 
e na morte.

tu és o meu guia
meu dia
minha sorte.

só tu me aquece
me consola
me embala.

teu som me acalma
me chama
me abala.

misturo teus ritmos
com meus fluidos
te busco
te cuido.

te quero
sempre
e todo o tempo.

por toda a vida
e a qualquer momento.