domingo, 28 de abril de 2013

tarô II

atada no passado
revejo caminho
refaço.

não esqueço do sol
mas mergulho na lua
preciso me despir
ver-me nua.

o momento
pede solidão
mergulho
reflexão.

música no replay
repasso o som
esqueço o que sei.

retiro os panos
ritmo manso
logo logo
passa o ano.

tarô

no passado
a justiça:
pensamento
ponderação
modelo.

inconsciente 
brilha o sol
minha luz e força
energia e coragem:
eu sou.

situação de casamento
atravessada por ladrão
roubaram meu amor
mas não perdi o chão.

a morte vem matando
o que já era hora
da partida e do rumo
da mudança de destino.

a lua ainda encobre
lado oculto e nobre
desvendo o labirinto:
o escuro é enorme.

abraço o luto
me refaço
me escuto:
o melhor
só aparece no final.




quarta-feira, 17 de abril de 2013

abril

durmo sem banho
preservo na pele
fantasias em canto.

guardo comigo
memória das letras
imagens
espantos.

respiro a espera
da poesia concreta
tua barba
e eu nela.

terça-feira, 9 de abril de 2013

humana

faço agora
a minha vontade.

parei de encenar
paciência
dignidade.

humana é o que sou
alegria e terror
vômito e tesão.

procuro transa
caetano 72.


sou pedaços
obsessão
percalço.


não encontro:
terá ficado pra trás?
com as facas e azulejos
de um rompimento sem pesar?

afundo
e volto.

sou música
cheiro
poesia.

respiro
me solto.

só mesmo o tempo
(e sempre ele)
pra limpar o terreno
me mostrar no espelho.

epígrafe da vida

"mas permanece também a verdade de que todo fim na história constitui necessariamente um novo começo; esse começo é a promessa, a única mensagem que o fim pode produzir. [...] cada novo nascimento garante esse começo; ele é, na verdade, cada um de nós." hannah arendt

sábado, 6 de abril de 2013

tempo

penso no tempo,

nos meus cabelos brancos
reclamo sem força
não me engano.

o tempo me deu
todos meus planos
clareou meus olhos
brindou-me com força
ano após ano.

calma e coragem
presentes da vida.

mudança de casa
de paisagem
de partida.