é na tristeza que escrevo
palavra a palavra
minha dor gotejo.
é catar-se em letras
estômago revirado na caneta
criatividade
escorrendo da sarjeta.
nada brota
entretanto
nos dias de "nem tudo"
"nem tanto".
no equilíbrio
silencio
fico fora de mim
observo a calma
tento reconhecê-la:
prima distante
que veio da cidade grande.
agora, de novo, capturo mais um monstro
barreira, atoleiro, buraco, fosso.
esse medo monstro
de repetir o vazio
ressentir abandono.
então nem começava
no lugar de acelerar, freava
no lugar de viver, travava
no lugar de amar, calava.