sexta-feira, 7 de março de 2008

Essa postagem é uma homenagem ao último amor platônico que tive! Ou ainda: não tô inspirada pra escrever e aproveitei um texto antigo.

Aquela música continua na minha cabeça. Parece um pano de fundo pra todo resto que vai acontecer. Também penso em outras coisas, me ocupo, tento trabalhar, ler, comer, fazer xixi. E a música lá, no fundo, como trilha sonora permanente.
Claro que ela tem um motivo para estar causando esse estardalhaço, não apareceu do nada. Nada aparece do nada (quanta filosofia!). Ela está atormentando minha cabeça por causa de uma fantasia que eu criei. Fui que eu que a coloquei lá, a batucar que nem os macaquinhos da propaganda da Duracell (essa só pra quem foi criança nos anos 80).
Só que não agüento mais a fantasia e a música menos ainda. Tenho me perguntado se a gente realmente precisa de tanta fantasia pra viver. Viver em si parece bastante simples. Porque será que o cérebro recorre a tantos artifícios? Será que é o cérebro que é carente e não a pessoa que o carrega? Será que falta de amor pode ser resolvida como uma psicose qualquer? Toma-se lítio ou o ácido da hora e tudo se resolve.
O Nelson Rodrigues já dizia que tudo é falta de amor. Essa seria a causa de todos os males.
E parece que a fantasia vem pra tapar esse buraquinho. A coitada bem que tenta, mas não consegue. Porque é que nem band-aid: resolve na hora, mas depois só incomoda.
Eu quero me livrar da minha fantasia, ela, porém, parece ter gostado de mim. A mim me parece que a minha fantasia atual é uma das mais graves: eu fantasio com uma pessoa! Não faço muita idéia de como é essa criatura, no entanto, já fiz planos, sonhei, imaginei, supus, deduzi coisas que eu não tenho como saber. De novo a música, agora com uma pertinência assustadora: “como pode alguém sonhar, com o que é impossível saber?”
Senhor, livrai-me de mim! De todas as partes do corpo, o cérebro é a mais rebelde. Não há controle. Nem mesmo o químico, que é só um contornar o estado original. Imagine deixar um doido sem remédio!?
Ai de mim que não tomo remédio! Fico aqui peleando com a ansiedade, negociando com a angústia, e nem sei dizer quem ganhou no fim do dia.

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